quinta-feira, julho 17, 2008

Trash mode

A sobra do teu rosto na minha memória como se lembrando a cor do vestido se montasse um cenário, colocou o mesmo disco em que rapaz diz de levar a saudade em blusas com botões e um papo sem cabeça que se ouvia, van morrison e um par de olhos claros cabelos loiros era isso que faltava os ouvidos calmos, não, the times they are a changin' era uma resposta mais justa but ain't me baby era outro que ficava naquela sala, teu cigarro aceso sendo apagado no taco solto do chão essa sua mão solta no ar parada como se fosse pegar a fumaça que te escapa nessa parcela de ar que teu pulmão não dá mais conta, um plano seqüência simples que começava na cor do vestido ao modo que em que fumava despropositada sentada no chão, minha memória me prega cada peça, qual era o numero do telefone, será que você ainda lembra de alguma coisa, nunca entendi essa sua onda de evitar palavras, de sumir enquanto eu aparecia. Foi numa dessas que deixei de estar aqui e não vindo não sei bem, mas você começou a negar que também vinha .

quarta-feira, junho 18, 2008

Para quem curte uma pornochanchada


A programação do próximo Cachaça Cinema Clube: uma noite dedicada ao mais popular e injustiçado gênero cinematográfico brasileiro, a pornochanchada. E uma homenagem a um de seus maiores nomes, David Cardoso.

A sessão tem curadoria do pesquisador de cinema Remier Lion, que apresentou "David Cardoso meets Ludwig Von Papirus" no último Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo. A noite foi histórica, e será exibida novamente na próxima quarta-feira. Na tela, o encontro de David Cardoso, o Rei da Pornochanchada, com o mestre do cinema neo-pornô, Ludwig Von Papirus.

Ludwig Von Papirus, cineasta filipino asilado no Brasil, mostra dois episódios da sua Trilogia Neo Pornô: "A verdadeira história de Bambi", melhor curta no Festival Mix Brasil 2004; e o revelador "Sexo na Casa Branca". Barack Obama que se cuide.
E David Cardoso, diretor, produtor, galã e ativista ambiental, com mais de 70 filmes no currículo, presenteia-nos com dois clássicos: "Punks", episódio do longa "Caçadas Eróticas", com bastante sexo e rock n' roll; e a obra-prima do porno-terror "O pasteleiro", estrelado pela musa Alvamar Taddei.
Definitivamente imperdível.

Depois dos filmes tem cachaça Claudionor e festa com Dj Severo. Pra fechar com chave de ouro.
A noite também terá jogo da seleção brasileira. Quem não dispensa o esporte, pode ver os filmes e depois o jogo num dos bares próximos. Uma dobradinha perfeita.

Dia 18 de junho, 21h, no Cinema Odeon Petrobras.

terça-feira, junho 17, 2008

E gruda que nem chiquete.

Fazendo justa a frase acima dia desses vendo os videos de uma amiga me deparei com uma versão caseisa de uma música que eu nunca havia escutado, parei ri um pouco do clima fui pegando gosto,levada boa, a cantora é nova ainda mas pegou bem a musica e em 5 minutos aquela versao simplesmente nao saia da minha cabeça, fui buscar uma versao original, sem risos nem danças, gostei também mas sentia falta do outro timbre, da levada mais forte que as meninas tinham dado e nisso se foram 3 dias com a musica tocando no carro, no mp4, no computador, grudada literalmente em mim.

Meninas do Tipo Uisque façam uma versão descente de Coal to diamonds, por favor!


Com esse post declaro reaberta a temporada de posts no Cinemanovista.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Uma nova novidade surpresa
















Um dia pra vadiar.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

segunda-feira, dezembro 18, 2006

O povo com a câmera na mão

Novembro quase no fim e antes que o mês termine tive a oportunidade de ter em mãos a publicação da Revista “A Rede”. A matéria de capa, “Os pontos de Cultura filmam o Brasil”, traz informações extremamente promissoras para o destino audiovisual do país.
Jovens de periferias pobres de grandes metrópoles, povos indígenas, populações de pequenas cidades, detentoras de vasto saber popular, com a câmera na mão, apreendendo a fazer, a documentar sua história, valorizar suas raízes.
A conjugação do novo e do velho acontece nas aldeias onde atua a Ong Vídeo nas Aldeias. Jovens que se apropriaram das novas tecnologias e volta-se para o idoso, buscando o seu saber. Os jovens realizadores registram os rituais de sua aldeia, contribuindo de maneira inestimável para a história e a construção da identidade de seu povo.
Esse e outros exemplos, trazidos à tona na matéria, deixam qualquer amante de cinema feliz da vida, uma vez que se percebe a preocupação das oficinas oferecidas por esses pontos de cultura, que além de propiciarem o contato com as ferramentas de produção, também buscam o aprofundamento da capacitação de profissionais, com isso podemos vislumbrar um horizonte extremamente rico para o meio audiovisual brasileiro.
Além desses pontos de cultura contribuírem enormemente para a produção de novos realizadores, para o registro histórico do nosso povo, eles contribuem para a formação de novas platéias, proporcionando mais olhares dentro da mesma linguagem.
No entanto, o que mais me agrada é saber que o recorte, olhar feito, por exemplo, da periferia de uma grande metrópole, será dado por quem está lá convivendo e vendo a realidade do lugar e não por quem vê de fora.
Arlindo Machado, no segundo capitulo do livro “Pré-cinemas e Pós-cinemas”, nos trás um pouco da história do cinema, arte que em sua pré-história era apresentando em salas de varias modalidades, como os circos, carnavais, as feiras de atrações e aberrações, como parte de uma cultura popular paralela ao mundo da cultura oficial. Citando Bakhtin (1970) - um realismo grotesco – ligado a um sistema de imagens em que o princípio material e corporal comanda o espetáculo e em que abundam os gestos e as expressões grosseiras, as profanações, as heresias e as paródias. Esse sistema permitia um olhar divergente sobre o mundo, um olhar que era enquadrado através de outra ótica, sem o cabresto da civilização, de modo a tornar sensível a relatividade dos valores e a circunstancialidade dos poderes e saberes.
Veio o capitalismo e o protestantismo trazendo na bagagem um sistema cultural que não tolerava esse tipo de “arte grotesca”, pois essa arte era ofensiva às sustentabilidades éticas e estéticas da arte dita “respeitável”, “erudita”.
O cinema foi isolado nos guetos, nos cordões industriais, bem próximos aos operários, onde a diversão suspeita misturava-se com a marginalidade e a prostituição. No entanto, foi nesses lugares iníquos que nasceu o cinematografo obtendo força nos seus primeiros 10 ou 20 anos. Entretanto, o cinema continuou sendo apresentado em entreatos ou na porta dos circos como forma de chamar a atenção para o espetáculo. Esses primeiros filmes eram muitas vezes um mero registro dos próprios números de “vaudeville”, incidentes, quadros mágicos e os teasrs (cenas eróticas). Esse sistema de representação estava distante das formas artísticas eruditas, ficava muito mais próximo das representações populares da idade média ou de épocas posteriores imediatas.
Entre 1895, data da primeira exibição pública, até meados da década de 1910, o cinema é exibido sob essas condições e vai paulatinamente “evoluindo”. Os nickelodeons são o primeiro passo para essa gradativa evolução. Esses nickelodeons(o nome é dado pelo fato de cobrarem 1 nickel para entrar no ambiente), exibiam filmes de pequena duração, até que o cinema começa a trabalhar com a identificação junto ao público e começa a descobrir a linguagem narrativa, uma maneira de contar histórias. Os nickelodeons, apresentavam também filmes de caráter erótico o que propiciava ainda mais o repudio das elites dirigentes, consumidoras da arte erudita.
Com a descoberta da narração, o cinema passou a ser visto com um empreendimento que poderia ser lucrativo, mas para isso era preciso mudar o público, atrair as famílias, o cinema que outrora era mal visto, pelo conteúdo apresentado e principalmente pelo público que se interessava por esse conteúdo, terá caminhos industriais, e tomará ares de sétima arte.
Existe o deslumbramento com o espetáculo, com mágica no cinema, mas passado os primeiros anos da segunda metade da década de 1910, começa a preocupação com a verossimilhança, com o realismo. O cinema pôde transmitir uma ideologia, um estilo de vida, além de dar lucros.
Após a percepção do poder que o cinema tem sobre a massa, ele torna-se a principal arma de disseminação ideológica burguesa. Essa classe dirigente que detém os meios para feitura do cinema empobrecem enormemente esse canal de propagação da arte. Como lucro é o objetivo central, somos, grosso modo, bombardeados há alguns anos pelo olhar dos que venceram a guerra.
E hoje o cinema através das novas tecnologias digitais se vê diante de um futuro muito mais atraente. Os pontos de cultura, que possibilitam o acesso aos mecanismos de feitura, aos modos de produção da arte, nos beneficiarão com uma gama maior de olhares, de registros e de histórias reais. Fico com a esperança de que poderemos ver a realidade através dos olhos do povo.

Sônia Procópio


Foto: Godard

terça-feira, novembro 21, 2006

Certas coisas ainda ficam.

Uma surpresa.

Uma coisa toda nova.

"Os passos
os cheiros
os pés
e pedestres
caminham
em direções contrarias

Caminhoes de frutas estacionam
para
descarregar
o cheiro da entressafra na temporada de chuvas
Acorda-se mais cedo junto janela
A moça passa, o carro para
A cidade não vê. "

Gabriella Villaça